No fim de semana passado, vendo um monte de gente no Brasil defendendo a ditadura militar e os torturadores (e depois veio a notícia de que tinha gente que pagava para ir a uma fazenda “brincar de ter escravo”), fiquei pensando que essa coisa do lembrar para não repetir da Alemanha deu certo.
Explico. Aqui, a história do holocausto não é “escondida”, pelo contrário, ela é exposta na cara de todo mundo. Você anda pela cidade e a realidade do holocausto pula na sua cara toda hora. Isso não é por acaso. Isso é parte de uma ideia de que você tem que lembrar a tragédia para não cometê-la novamente.
No caminho do supermercado, você passa por pedras douradas no meio da rua. Ali estão escritas nomes de judeus que foram para campos de concentração. As “tolpersteine” fazem parte da obra do artista plástico Gunter Deminig e começaram a ser colocadas na porta de judeus que foram mortos exterminados na Segunda Guerra em 93. .
Na minha primeira vez aqui, levei um susto quando, saindo de uma estação de metrô em frente à KDV (a loja mais chique de Berlim), a Wittembergplatz, dei de cara com um mural na porta da estação onde está escrito que dali haviam saído de trem pessoas para campos de concentração, com os nomes dos campos.
Ali do lado fica a Igreja Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche, que foi parciamente destruida na Guerra. A torre continou igual para que o bombardeio seja lembrado e uma outra igreja foi contruido ao lado:
Andando pela Friedrichststrasse, uma das ruas de consumo mais sofisticadas da cidade, você dá de cara com uma estátua realista de crianças com malas. Ela representa crianças judias da guerra: que foram deportada para campos e outras que foram salvas sendo enviadas para a Inglaterra. O primeiro trem com essas crianças saiu dessa estação, a Friesdrichstrasse.
Além disso, Berlim ainda tem os museus: Topografia do Terror, Museu Judaico, Memorial dos Livros, Museu da Stasi e por ai vai. Impossivel esquecer.
1 comentário Adicione o seu